sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

● Mulheres

— E, aí, Gy, vamos tomar banho?
— Eu não, Bianquinha, estou com preguiça, vou comer e dormir.

Na realidade, eu acho que todos estamos ressabiados com a história que nos venderam no BBB7, a estúpida história do “amor tórrido”! Foi tão ridículo que estamos todos com os dois pés pra trás com essa galera e, eles também. Ainda mais com um apresentador, narrador, juiz, e roteirista-de-araque que se tornou Pedro Bial. A galera está com medo de jogar, literalmente. Falam no maquinário da produção, se maravilham por estarem lá, se admiram com a estrutura toda que envolve o programa e o que se pode lucrar ao sair de lá, mas, nada fazem, estão amedrontados. A euforia deu lugar ao marasmo, em vez da vontade de brincar o jogo.

Pode mudar? Pode e vai mudar, para melhor, eu torço, pois tem elementos para ser um bom programa. A turma pode desencanar que está sendo filmada, relaxar, acordar amanhã ou depois e fazer outra linha. Ou daqui a um mês quando já estiverem entendiados e já não se suportarem mais. rs o Boninho tem como inervar essa turma, é só querer.

As Mulheres:

Nós, pelo que consta, estamos sempre atrás de um campeão que mereça ganhar, de fato e de direito, o programa, de preferência jogando. Qual dessas mulheres tem esse perfil? Não sei, ainda não mostraram sagacidade, inteligência, destreza, malícia e vontade para colocarem seus intentos na roda. Estão, na verdade, aos poucos, se anulando, em fazer a linha irmãs e amigas-para-sempre, fazendo tipos que dão tédio, vivenciando algo tipo, não sei de nada não é comigo - não querem partir para o jogo. Querem somente as benesses do contrato. Que porcaria é essa?

Bianca, Thatiana e Natália ao assumirem a posição de inquilinas de luxo, na conversa que tiveram no quarto do líder, deixam transparecer uma aliança velada para se protegerem. Isto até faz chegar as finais, mas não acho justo. Bianca viaja em todos os nichos a fim de firmar sua sobrevivência, mas faz de maneira caduca, apagada, seguindo a linha estou aqui, mas não está ao mesmo tempo. Se camufla, se está no jardim, vira planta, se está na cozinha vira prato, se está no sofá vira almofada, se está na festa vira adorno, sem vida. Não é um papel que se espere de um eventual campeão.

Espera-se do campeão, pelo menos, que mostre que esteja lá, calado ou falando, com sutileza ou abertamente, inquirindo ou respondendo, não importa, tem que mostrar jogatina e não tratar a estadia na casa como colônia de férias e os demais como amiguinhos de infância. Respeito pelo oponente, sim, mas essa temeridade de ser indicado ou indicar me dá nos nervos.

No BBB 8 eu vejo que as mulheres andam se perdendo. Vaidade, orgulho, coisas de mulher que não se tocaram que é um jogo e não programa para arrumar namorado, capa de revista, modelagem e o escambau. Vejo um clima, intríseco no ar, de disputa pelo espaço da fêmea desejada, entre Juliana e Gyselle, embora ambas, ainda, não declararem guerra abertamente. Olhares e gestos nos levam a pensar nisto. A conversa entre Alexandre e Juliana nos leva a ter esta certeza, confira aqui. É aquela coisa que só eles sentem e que as câmeras não nos trasmitem muitas vezes. Contudo, a boca fala o que o coração está cheio.

Apesar da sorte, as meninas estão jogando mal, estão se perdendo por finalidades irrisórias. Eu, particularmente, fico fulo com essa história de romance pra cá e pra lá. Mulher que sai de casa pra arrumar parceiro no BBB, pra mim, perde e feio. Já começa mal, porque se não consegue o intento, o ego ferido anula a capacidade de ver o que rola ao seu redor, aí, sai choradeira e frases sem pé e cabeça: "não estava preparada, não estava jogando, é falsidade, Deus não quis"... Infelizmente, algumas vão pra lá com essa finalidade: seduzir para agradar. Pode até ser uma excelente arma, mas é idiotice quando se tem apenas isto .

Juliana se acha a rainha do pedaço. Eu não gosto desse estilo de comportamento. Não me encanta, me espanta, me distancia, me causa indiferença. Não adianta ser um rosto mais ou menos e corpo para desfrute com mente sonsa, fresca, cheia de não-me-toque, fácies de nojo, arrogante, e querer me passar imagem e discurso de imaculada. É flagrada constantemente nesse jogo, ela é, no conjunto, intragável. As câmeras nos entregam que ela faz um joguete para os manés, para o PPV e para a edição, de forma deliberada. Os manés, oops, o MANÉ, é mais tapado ainda, por não ter percebido o que a virgem dos infernos quer na realidade.

Bianca se apresentou como sendo a possibilidade de nos alegrar com um bom jogo, pelo perfil que nos passou. Mas, fez pouco, não deu e nem está dando cara à tapa. Ao contrário, já disse com todas as letras que não vai partir para o ataque. É possível até que jogue fora a oportunidade de ter uma liderança nas mãos, para se evidenciar como alguém que sabe o que está fazendo, em detrimento da paz e amor constante. Pode até fazer um bom paredão, mas vai ter que mostrar intenção e perícia ao fazê-lo. Não aceito o acaso ali dentro, as pessoas têm que fazer por onde.

Thalita é uma destrambelhada em erupção, ora hiberna, ora surge devastando a si própria, mas, faz quem está nas adjacências se expor um bocadinho mais. Ela está se matando e escalando gente para o jogo. Evidenciou Galego, Felipe e agora fez ressuscitar o Marcelo, que não estava bem aqui fora. Na conversa dos dois, onde discutiram a relação, ele saiu por cima e melhorou sua imagem de manipulador e estrategista trapalhão. Ganhou uma segunda chance. Thalita se definha em surtos esquizofrênicos pra ingreis ver. Mas, no fim, é incosto mesmo. É espiritual o negócio. rs

Thatiana, "pra mim", apareceu depois que Marco teve a conversa com ela, na qual ele se diz apaixonado por uma mulher, que conheceu ontem, e hoje já está querendo casar. Ela, até então, com sua estratégia ébria, variou entre sua mijadinha básica, estripulias que nem o Júnior ri e a se escalar como a empata-tudo-da-estrela. Não satisfeita, resolveu cantar. Ela só perde, pois a galera muda de canal quando aquela vozinha começa a cantarolar.

Natália começou desesperada, com papel de frágil e sensível no "ao vivo" e é devassa na piscina, ao mesmo tempo. Se perde na linha que não quer se envolver, porém, quer fazer a festa no edredom. Ela quer ser o centro das atenções sem se expor para o jogo propriamente dito. Gera algumas contradições nas relações, faz papel cômico aconselhando e teorizando o que não tem vocação pra fazer, mas se apresenta. Adora falar de suas peripécias. Tem bons momentos com Fernando. rs

Gyselle agrada pela beleza e sutileza nas ações. É a única que, embora lacônica no começo do jogo, mostrou alguma autenticidade nas relações. Não fez tipo para agradar, levou no sapatinho, não exagerou e não se contaminou pela euforia da estréia, porém, faltam-lhe elementos para trabalhar melhor na convivência em grupo. É favorecida pelas câmeras, que buscam nela, os traços e matiz que satisfazem os olhos. Tem que participar mais. Não pode se acomodar e deixar o barco correr. É uma estratégia que teve seu fundamento no começo e que a ajudou no paredão. Mas, tem que mostrar postura de jogadora, se fazer presente sem ser pedante, mostrar que quer jogar sem recorrer à fuga, pura e simples. Não é tagarelar, pois a graça está nas palavras proferidas em momentos oportunos e certeiros. Falar o que não sabe, também tira o charme. Dormir menos e abrir os olhos, vale um milhão. Se é para digladiar com Juliana, tem que fazer no jogo e pelo jogo, e não deixar que o público faça por ela. Ela tem suas limitações, claro, porém, ela é a única que me agrada e quero vê-la desenvolver seu jogo, ainda incógnito. Se vacilar, eu detono.

Enquanto as mulheres se anulam e se perdem por medo e "coisinhas de mulher", os homens vão se fortalecendo e, muitas vezes, com ajuda delas. Eles estão melhores, estão se soltando, tomando conta dos espaços vazios. Ao menos, estão pensando no prêmio, exceto, um ou outro mané, que faz papel de bobo alegre, ao mendigar um amor gélido em rede nacional.

Salomés, acordem! Depois não reclamem que a maioria campeã do BBB é o sexo masculino. Tá difícil torcer por elas.

*****

Texto revisado em 19/01, ontem a conexão estava péssima pra mim, e não deu para mexer no texto. E, galera, relaxe, essas impressões sobre BBB variam toda hora, afinal, ainda estamos construindo, aos poucos, o perfil real de cada um. Eu prefiro expor o que penso de acordo com os acontecimentos que vejo. Me comprometi em falar bobagens e vou mesmo. O que é hoje pode não ser amanhã. Pois trata-se de um jogo em que muitas vezes eles não nos dizem as verdades, estão receosos depois da euforia da primeira semana. De concreto mesmo, é que vamos acabar nos acostumando com a turma e achando que são parte da família. E qualquer coisa fora do contexto, para um ou outro torcedor, pode parecer ofensivo. Não é, não, eu quero é me divertir e gostar do maior número de jogadores. Encare a situação como sendo a construção, ou seja, a anatomia e fisiologia de um perfil. Demanda tempo e elementos. O BBB-8 vai ficar legal, relaxem!

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Ah, navegante, você sabe as regras de conduta. Não envergonhe Voltaire e faça sua parte. Eu, certamente, farei a minha: deletarei os comentários tolos ou ofensivos a quem quer que seja (comentaristas ou blogueiros). Meta pau nos que venderam a alma pro Boninho.

Contato com Citizen Kane E-mail: sociedadebbb@bol.com.br
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