sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Que país é este?

Da Ordem Social, Capítulo V, referente à Comunicação Social, artigo 221 da Constituição:

A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:

I-preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II-promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
III-regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
IV-respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Esta escrito interferir, intervir..., por acaso? Depois reclama da Censura, do Governo, do Papa. Aliás, o termo "liberdade de expressão" virou sinônimo de "falar o que der na telha, fazer o que bem entender, sou livre e posso tudo, falo mesmo e doa a quem doer, afinal, vivo numa democracia". E a razoabilidade e bom senso, onde ficam? Em respostas beócias tipo: "Não fiz nada além do meu trabalho". Putz, não conhece nem o que regulamenta a atividade e vem com essas pérolas? Vade retro!


Imbecil é o que ela é. A Sônia simplesmente tem merda na cabeça!



Não. Não estou culpando ninguém pelo ocorrido — quem sou eu para tal? —, porém, se formos verificar responsabilidades, vai sobrar pra muitas frentes de atuação, em diferentes graus, inclusive as famílias — que permitiram um relacionamento de um adulto com uma criança em formação, ou que permitiram outra criança voltar para o cativeiro. Inacreditável! — e o Estado, despreparado e que vende engodos. Estou me referindo ao show de bizarrices que a maioria dos brasileiros é obrigada (por falta de critérios das emissoras, dos órgãos competentes e, principalmente, nossa) a assistir em programas sensacionalistas e voltados para a banalidade de tudo, inclusive da vida alheia. PQP!

Quanto ao "bandido-celebridade" do momento, que ele se exploda no inferno de sua consciência. Triste, muito triste o que aconteceu com as garotas. Tem horas que não quero acreditar no que leio, vejo ou ouço. Fico em estado de vertigem, um buraco se faz nos meus pensamentos, viro vegetal, um inanimado, em choque. Não bastasse isso — o horror desse bandido —, ainda aparecem "profissionais", com suposta formação acadêmica e jornalistas sem compromisso com nada, querendo explorar a desgraça do outro. E mais surreal é que há quem aceite os argumentos vindos dessa classe, de gente despreparada até para informar, quanto mais para orientar, formar opinião ou aconselhar.

O ser humano é uma bomba selvagem capaz de explodir a qualquer instante, por qualquer tolice que lhe confronte à vaidade ególatra: por um mísero real, por um "não" sem importância, por um olhar torto de um transeunte qualquer, por alguém não simpatizar com o candidato fulano, por fazer campanha pelo candidato beltrano, por torcer pelo time adversário, por um choro de uma criança, por uma barbeiragem no trânsito, por ser negro ou branco ou amarelo, por ser do morro ou da Barra..., por uma visão obtusa e mesquinha do respeito à vida, do lícito e da ética. Vale qualquer ato irresponsável pra justificar o injustificável.

Onde vamos chegar, se ferimos e matamos até quem dizemos amar?! É um momento doloroso e, infelizmente, sem analgesia eficiente. Triste. Este é o mundo em que vivemos. Culpa nossa.

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