sábado, 22 de agosto de 2009

Que emissora é essa?

O atual sucesso de IBOPE e crítica — positiva ou não — subiu à cabeça de diretores, apresentadores, dos redatores,... O que aconteceu? Triste ver uma emissora, que eu pensava estar no caminho certo, fazer uma cruzada beócia a fim de provocar polêmica para vender uma falácia atrás da outra. Parece que querem nos desafiar e ditar o que pode ou não ser visto e entendido, querem bancar os senhores absolutos da verdade como a Rede Globo fez durante décadas e nos fazer de massa de manobra para seus interesses.

A Record está me constrangendo como telespectador. Eu pensei que eles fossem sérios, que prestariam um serviço de utilidade pública se opondo à Rede Globo e, consequentemente, melhorando a qualidade do que se assiste na TV aberta. Concorrência é uma prática 'saudável' nesse meio. Mas quando gera produto que nos contenta como consumidores, nos trata como cidadãos e sócios majoritários do sistema, pois parte-se do princípio que sabemos o que é certo e errado, e que neste tipo de entretenimento o que vale é a disputa saudável das torcidas. E, claro, espera-se que isso seja pensamento crescente num Brasil que supostamente sai do provincianismo e ganha ares de país desenvolvido. Estamos longe disso. Longe mesmo. Eles só faltam dizer que erramos e somos estúpidos em ter tirado o asqueroso flatulento dos infernos.

Discutir o consumismo não é o propósito aqui, já que é mazela contemporânea e de um mundo globalizado, mas que seja um produto menos alienador, aliás, que não seja nada alienador, que seja simples lazer e não um pesadelo ou batalha de forças entre nós e a emissora, que seja processo de entretenimento genuíno e não forçação de barra desmedida como a emissora vem fazendo nos últimos dias. É surreal, eu só acredito porque vejo e leio a respeito. O agravante é que sites sérios e especializados em televisão não colocam em evidência as incongruências da Record. Tudo é muito estranho, mambembe, mas adoraria estar errado no que constato. Custo a acreditar no amadorismo e falta de critérios sem precedentes.

Profissionais como Edu Guedes se prestarem ao papel de menino de recados é lastimável. E eu pensara que Ratinho fosse o exemplo-mor em termos de exploração espalhafatosa e apresentação cafona, ledo engano, tem coisa muito pior, apareceu gente que nunca tinha ouvido falar, foi a visão do inferno! Não creio que no âmago dessas pessoas não passe um certo embaraço. Vê-los difamar pessoas que precisam de suas imagens para trabalhar é anti-ético, desumano, desleal e beira ao despeito. Em vez de protegerem os colegas de mídia e participantes do reality, que já estão expostos 24 horas, fazem sensacionalismo barato e campanhas diárias com motes e piadinhas que dão ânsia de vômito: depilação, tufos de cabelos, flatos, bolinhos de meleca de nariz, comer com a boca aberta, falta de banho, pentelhos sebosos pra cá e pra lá, e por aí vai a infinidade de porcarias expostas. Pra quê? Provocar o riso fácil? É isso que é divertimento de qualidade? Enaltecer um denegrindo o outro? Ainda mais quando o ofendido não está lá para se defender? E, pior, com o jogo em andamento na sua etapa final. Quem, em sã consciência, quer participar de um programa que já sabe-se de antemão será exposto ao ridículo?

Não é questão de torcer fanaticamente por esse ou aquele e criticar um terceiro, pois esse é papel de quem assiste, vota e patrocina o evento, e não dos que deveriam ser imparciais nas suas colocações, prezando em analisar o todo, mas o intrigante é: por que estão fazendo essa palhaçada? Por que um reality que tinha tudo pra dar certo se transforma num circo de horrores? Por que não respeitam a vontade popular? Por que enlameiam a credibilidade e a oportunidade que demos em prestigiá-los fazendo uma televisão de quinta categoria? Decepção é o meu nome. Eu apostava na emissora. Todas as fichas. Quebrei a cara.

Danni e Dado chegaram não porque são os melhores seres humanos do mundo, mas porque se postaram melhores que os demais, o telespectador quis que fosse essa a final, são os gigantes da edição, cada um do seu jeito, cada um com suas armas. Não houve idealização de um campeão específico; a edição, pelo que vi, não nos tratou como povo-gado como faz Boninho e companhia em suas novelas tendenciosas. A história ganhou corpo devido o comportamento repelente, invejoso, arrogante e presunçoso de quatro, cinco, seis participantes que se achavam donos da bagaça. E tudo diante de nossos olhos. As sensações foram de asco com certos tipos e trejeitos. Não sabíamos quem queríamos como campeão, mas, certamente, sabíamos quem não queríamos que nem na tela estivesse. Carlinhos é um sujeito cujo comportamento não reflete o que passou na vida. Humildade não é seu forte e ser durão e pouco emotivo não o respalda a ser o centro das atenções, em que o mundo tem que, obrigatoriamente, girar ao redor dos seus quereres. Sim, pois ele gosta de sacanear os outros, mas não aceita o revide. Ele tem uma história que vende, preenche corações solidários. Até aí tudo bem, nada contra, que contem a história para inglês ver, mas usá-lo para denegrir os outros é pilantragem. Covardia.

O reality não é para premiar o mais sofrido, é para quem a população se identificou ou gostou mais no decorrer do programa. Os famosinhos que se rasgam por ele também não entendem bulhufas de nada, pois pensam que se trata da 'Porta da Esperança'. Achava que havíamos superado isto, o de premiar o coitadinho num reality show. O que não é o caso do 'humorista' que já "comeu várias japonesas" e mensura a data de validade de suas transas.

Falando em identificação, o povo que vota não foi com a cara desse exemplo de ser humano. Nem com toda campanha pró menino-de-rua-que-venceu-na-vida. Ele foi rejeitado com 65% num paredão de três pessoas. Por que será mesmo? Pensem, é de graça e faz um bem danado. Ainda temos salvação.

Não conheço a vida do Dado e nem me intero do que faz ou deixa de fazer aqui fora, mas sou pé atrás com a imprensa marrom que explora sempre o pior para publicar. Dado é alvo fácil. Ele pode ou não ser vítima desses carniceiros e sônias da vida? Pode sim. Claro que não justifica seu modus operandi na vida social, mas, pelo menos, acho que ele quer mudar, quer tentar. É errado? É crime uma pessoa agarrar uma segunda chance? Pelo que sinto e vejo, os ditos 'profissionais' o desdenham por puro preconceito, pois só isso explica a total falta de respeito com ele e sua mãe. O programa caminha para a finalíssima e os campeões que ainda estão confinados são solenemente ignorados e tripudiados. O dia inteiro. A Globo, por mais que erre em nos fazer engolir suas novelinhas nos realities, jamais se prestaria a esse expediente. Lá tem comando, ela defende os seus, seria menos apelativa. Eis o diferencial de quem está há tempos na lida e se acostumou ser a líder de audiência. A Record nos prova que é amadora e negligente em várias frentes de atuação.

Quem saiu e foi defenestrado pela vontade popular deveria se perguntar porque preferimos Danni Carlos e Dado e não eles. A resposta é simples mas não aceitam, o ego inflado bloqueia. Eles se mostraram como pessoinhas chatas, fúteis e deslumbradas. Transbordaram inveja, ganância, falsidade, arrogância, despeito, deboche, recalque, falaram pelas costas, colocaram em xeque a credibilidade do programa, se acovardaram em partir para o jogo franco, se escondendo atrás de justificativas débeis e mentirosas, jogaram sem fair play, com ódio nos olhares e ações... não sabem perder, só aceitam ganhar e ganhar e por isso esbravejam historinhas de perdedor recalcado. A bem-vinda surpresa de tudo que aconteceu é que quem assistiu ao programa, e hoje se empenha nas votações, deixou o preconceito de lado e tirou suas próprias conclusões sobre os participantes. Coisa que não aconteceu com quem apresenta e transmite o programa e, muito menos, com a maioria dos jogadores. Pois vimos um jogo de vaidades, dentro e fora dele. Um querendo ser o mais sensacional que o outro. Eu não aguento mais nem vê-los em revistas ou sites quanto mais ouvi-los. Pelas atitudes antidesportivas serão vítimas do meu controle remoto.

Uma coisa é quem assiste criticar, xingar, apelidar, fazer anedotas, votar com afinco e outra bem diferente é a própria emissora garantir os meios, na sua própria grade de programação, para estigmatizar seus contratados. Não vou estranhar se tratarem Danni Carlos ou Dado, independente de quem saia campeão domingo, como marginais, imundos, preguiçosos, desorganizados, inertes, dissimulados, cínicos e grande motivo de chacotas. A essa altura do campeonato da Rede Record de Televisão eu já espero qualquer coisa, e se a postura não mudar, não vejo mais. Sou um só telespectador, mas dormirei consciente de que fiz um bem enorme à minha saúde mental.

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Pelo site, aqui.

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