segunda-feira, 14 de maio de 2007

Carisma... Talento... Disciplina!

Vídeo: Será que nos dias atuais, o genial Charlie Chaplin, não teria vez?

Em respeito ao talento e a arte de representar com propriedade sejamos práticos, ao analisar os fatos, sem olhos de fã(náticos) e desejos que os anseios, oriundos de frustrações, possam ser levados como única consideração. Vamos, aqui, nos ater, ao que realmente se quer, dos rostos novos que aparecem maciçamente em nossas telas diuturnamente. Falo dos candidatos a ator e atriz.

Vale lembrar que o mundo passa por processos de aprofundamento de integração econômica, social e cultural, isto é, da globalização, e mediante o mercado, temos que acompanhar a retórica dos que estão na ponta, como “coelhos”. E sem esquecer, primordialmente, de como tudo se originou, como os grandes nomes da televisão, cinema e teatro galgaram suas trajetórias e se estabeleceram, frente às inúmeras dificuldades da formação profissional e escassez de recursos. Em respeito ao pequeno exército que inclui nomes como Cacilda Becker, Cleide Yáconis, Fredi Kleemann, Leonardo Vilar, Walmor Chagas, Paulo Autran, que eram do teatro e levaram a cultura teatral para a televisão, logo em sua formação, devemos apurar com mais afinco, o que nos é bombardeado no “horário nobre”.

As gerações mudam e incorporam modismos e pelo andar da carruagem, fazer televisão virou “profissão” número 1 dos jovens que despertam para a vida. E o senso crítico, o questionamento das artes, da política, das ações corretas, do valor da literatura, perderam lugares para o fanatismo do ver, do voyeurismo lancinante e alienador.

O consumo exagerado pelas várias mídias é um dos agravantes, para que se absorva qualquer rosto, mais ou menos, em alta. Onde estão o conteúdo, o talento, a formação? Onde está o senso que nos capacite à reflexão crítica sobre a qualidade do que nos é propagado nos vários programas televisivos? Onde está nossa aptidão para julgar se esse é um médio, bom ou excelente ator ou se aquele é mais um rosto-vitrine para vender determinado produto?

O que se vê, muitas vezes, na teledramaturgia, são os mesmos rostos simétricos, sem expressão cênica, falando das mesmas coisas, para ouvintes e ávidos olheiros, do jeitinho faceiro da atriz iniciante ou do canastrão que não se dá o trabalho de, nem mesmo, decorar o texto direito. E quando o faz, sussurra sem a expressão corporal e facial necessárias. É uma cacofonia.

Imagine a cena: determinado(a) carismático(a) é colocado à prova por certo diretor, que, por sua vez, lhe foi ordenado colocar o tal rosto bonito na tela; esse diretor (profissional licenciado para tal) o faz, muitas vezes, contrariado, e o que se vê, é o “pupilo” da audiência entrar solando em nossas canelas. Nesse ínterim o laconismo e tomadas sem diálogo imperam, para que não fique manifesta a piada de mau gosto, com quem ainda se deleita com interpretação comestível pela sensibilidade. E pior, tem audiência, e mais grotesco, tem emulação pelo horário nobre. E o que se estabelece não é o talento, a dedicação, o aluno disciplinado que deu o suor para a classe ser reconhecida, o que mostrou seu valor para, depois, gozar do direito a ser chamado de ator.

Não podemos esquecer da beleza de representar, da satisfação dos prazeres óticos, auditivos, da construção de idéias, do cortejo à sensibilidade do (tel)espectador. O conjunto da obra e o deleite dos sentidos não podem dar lugar ao fútil prazer do ver apenas. O que se quer de fato? É a limitação da interação ou a construção de beldades sem nada a oferecer? Com qualquer uma das alternativas, quem perde é o público.

Um candidato a ator tem que ter, antes de tudo, talento, que deve ser explorado em cursos de formação, nos quais o futuro ator deverá ter noções básicas do domínio das artes cênicas, além do desenvolvimento da expressão corporal e intelectual. Aliados a esse princípio, o de aprender, temos que associar a dedicação pessoal, disposição para estudar e cair dentro do propósito. Se o ator tiver boa formação, pesquisar, trabalhar e souber fazer, de tudo isso, uma boa leitura, ele será um bom ator para teatro, cinema ou TV. Sistematizar as ações diante de uma platéia ávida por interpretação de qualidade não é tarefa fácil como parece. O que vemos hoje, é a banalização da profissão, que tem, dentre outras causas, o consumismo desenfreado, amorfo, e o embate pela audiência e, com isso, a qualidade definha.

Participante de Big Brother não pode, nem sequer pensar, quanto mais expor que pode tudo, sem o legítimo preparo. Não pode se dar ao luxo de devanear no torpor transitório de que é o super-homem ou a mulher-maravilha do momento. Depois dos 15 minutos de notoriedade, nossos heróis, se não tiverem estrutura, acordarão para uma dura realidade. O deslumbramento, a fama, o sucesso com o público são efêmeros e podem cair numa linha descendente e sem volta. Basta passar a curiosidade pelo foco e a embriaguez de ambos os lados, fã e ídolo, para que a relação de indiferença venha à tona. Cobrar atitudes sem passar pelas adequadas fases, pode, muitas vezes, atrapalhar mais do que ajudar.

Apesar desse joguete ‘marketeiro’ da televisão e que, aos poucos, vai incutindo nas gerações esse tipo de comportamento, há uma classe respeitada de críticos e profissionais que enxergam e lutam contra a maré para se fazerem ouvidos. Acho que está mais do que na hora de acordarmos e sermos mais críticos com o que nos é passado como representação cênica, principalmente a teledramaturgia, e não deixar que a adoração pelo “rosto bonito e corpo sarado” sejam os únicos firmamentos da diversão. Penso que a televisão é reflexo de seu povo, portanto, devemos exigir mais de nós mesmos.

Atores antigos e que passaram por todas as etapas para chegarem onde estão, às vezes, entregam o jogo e se incomodam mesmo com as facilidades que o aparato tecnológico e a exposição no reality show propiciam a muitos desses candidatos a atores e afins. Eles, com certeza, se perguntam o porquê da aceitação pelas mídias e a indiferença do público alvo, o consumidor. Isto é alienação, uma vez que se têm referências, excelentes por sinal, e de uma hora para outra, muitos profissionais formados e com vasta experiência são colocados à parte, em detrimento do novo. Até aí tudo bem, há necessidade de uma demanda de novos atores, mas, o novo tem que estar capacitado. Não podemos nos esquecer da qualidade e valorizar a futilidade da quantidade.

O grande público, infelizmente, não está interessado na carga horária e disciplinas que um candidato a ator tem a responsabilidade de se submeter. Mas, convenhamos, o mínimo de entendimento de história da arte, filosofia, noções de história e mundo, além de expressão corporal, interpretação, história do teatro brasileiro, noções de TV e cinema, dentre outras disciplinas, é crucial para solidificar a personalidade na formação de cada candidato a ator, para que ele tenha, no futuro, noção de como montar um personagem, senão a coisa fica muito vazia, fica muito sem expressão. Ou não? Particularmente, penso que sim.

Temos que acordar, porque a ilusão é para todos, pois muitos tentaram e, hoje, sequer são lembrados. Vaporizaram-se. Não se prepararam. Para o formado e instruído está difícil, imagina para quem não busca o aprimoramento?

Segundo Zibgniew Ziembinski (1918-1978), consagrado ator e diretor do teatro europeu, radicado no Brasil, e que diziam ser o "criador do teatro brasileiro", quando você estiver diante de uma pessoa com 50% de talento e 50% de disciplina, você está diante de um grande ator ou de uma grande atriz. Concordo com essa postura, mas faço ainda uma constatação, a disciplina é o fator determinante para que o talento se estabeleça.

Porque estou falando toda essa baboseira? Alguns perguntarão. Não estou me referindo a alguém, especificamente. Faço uma reflexão pessoal em relação ao que se espera de alguns preferidos. Tampouco, exijo que Íris deixe tudo e vá fazer o seu aprendizado. Como disse, há hora para tudo e só espero que, passado esse alvoroço todo, ao apagar do último holofote, a bateria seja carregada em carga lenta e necessária, para que volte com brilho mais intenso. Partindo dessa premissa faz-se necessária a paciência de seus fãs mais ferrenhos e aflitos, querendo que tudo aconteça como num passe de mágica. Humildade, saber aproveitar as oportunidades, boa vontade, determinação e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

Portanto, do mesmo modo que comecei, termino, pedindo o olhar prático das ações, dos anseios. Não deixemos a ilusão nos camuflar o discernimento para os devidos questionamentos. O carisma é importante para o que muitos se propõem a ter como carreira, então, vamos colocar a mão na massa e praticarmos a observância dos preceitos da disciplina e, conseqüentemente, da lapidação do profissional. E isto, é válido pra todos nós.

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Politicagem

— Descompensando: Descobriram um novo pediculicida para acabar com a “mulher do piolho”: o desprezo. Clodovil bem que merece provar desse remédio, não é? O cara é uma verdadeira palhaçada: imbecil, asqueroso, indecoroso, racista, moleque, egocêntrico, prostituto das próprias ações. Esse sujeito não merece ser tratado como representante legal de ninguém, aliás, ele nunca foi referência para nada de valor, exceto exemplo de como nunca ser igual. Sua eleição foi uma brincadeira de mau gosto de eleitores fulos com o sistema. Ele deve imaginar, em seus devaneios, que está ali por ser o diferencial. Faz-me rir! Está sendo usado para mostrar o que, de podre, nosso sistema pode evidenciar.

Quando se diz que o voto é uma arma, é porque se cada um de nós fizesse a sua parte, no bom uso do sufrágio perante a urna do bom senso, não teríamos esses dissabores, provocando ojeriza pela política. Se a intenção de seu eleitorado era esta, então conseguiu. Eu desprezo tipos como este e, lamentavelmente, nosso parlamento está com alguns exemplos cabais. Caso alguém venha a pensar que este eleitor que vos escreve, seja homofóbico, lhe afirmo que cada um com seu cada qual, nada tenho de aversão às escolhas pessoais e preferências de quem quer que seja, porém, reitero que o elitista parlamentar, perde a cada dia, a pouca credibilidade para defender os interesses de seus pares. Fico envergonhado em saber que esse projeto de cidadão, constará nos livros de história. Caso leia, eu rasgo a folha. Brasil, acorda!

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Para amenizar o clima sério

— A chave do barraco de Irislene Stefanelli, a esquecida, está em leilão, cujo lance inicial é de R$$$$$$$$$$$,$$ . Sebastian, o desiludido e apaixonado, fez um empréstimo no Banco do Brasil para ver se consegue a tal chave da felicidade. Como ele vai pagar o empréstimo, é um mistério. Mark, o Terrível romântico, foi mais ousado, lançou mão de suas ações da Microsoft, vendeu-as e está no páreo; ele não aceita o descaso com o artefato, que gerou disse-me-disse no amor de "torresmo". Bem... eu, o sonhador de sempre, vou ligar para Arlete e verificar possibilidade dela aceitar nota promissória, pois, vou esperar a Mega Senna acumular e jogar com fé! Eita chave cara, sô!

Por enquanto, "alguém" a herdou sem muito esforço... Ô escolhido, não faça por merecer para ver o que acontece... espero as cenas dos próximos capítulos. Acorda, caipira!

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