terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

● A Força da Estratégia!

— É véio, preciso fechar a boquita, caso contrário entram moscas, mosquitos, vespas... micos.

Depois de algumas edições de Big Brother Brasil, muitos personagens, estratagemas e polêmicas, a pergunta-chave, ao entrar no programa, deveria ser: qual melhor estratégia a usar, como expor sua caricatura concorrendo com as melhores espécimes escolhidas para serem alvo do voyeurismo, como evidenciar-se entre tantos exibicionistas? Muitos apostam em personagens exagerados, libertinos; outros vestem a indumentária do politicamente correto; ou se mostram como valorosos 24 horas por dia; mostram-se como os escolhidos por Deus na Terra, pois têm uma missão a cumprir no BBB; mostram classe e etiqueta pujantes até na hora de soltar um flato... mostram uma "alegria" celestial constante. Quando não conseguem ganhar a notoriedade perseguida com um desses tiros no pé, recorrem às juras de amor eterno e, passam a ser, amigos de infância e unidos querem vencer. Porém, ninguém assume nada.

Nossos personagens...

A vaidosa Natália perseguiu seu sonho de entrar no programa desde os seus dezoito anos, foi miss, modelo, está correndo atrás de seu espaço e futuro, apesar de viver dizendo que quer voltar para Passo Fundo e ser esposa fiel. Não creio na sua autenticidade, não acredito na sua "liberdade" de ações quando muitas vezes o seu comportamento contradiz o que ela chama de "jeito desencanado" de ser. Nada contra a moça, ela apenas não me encanta, ela é linda, tem seu jeito Diva que agrada uns e outros, mas ela tem, no meu entender, um pecado mortal, ela mente descaradamente, mente com o corpo, com os olhos, com as palavras e de forma convincente, além de exacerbar seu lado "besteirento". Não me parece ser leal. Parece agir de propósito a cada vez que executa a palavra "xexeca", como se fosse algo espetacular, único e moderno. É uma fantasia erótica cuja labilidade emocional a faz barganhar tudo e com todos. Quer se dar bem sempre, apesar do discurso conciliador, além de não querer ser vista como algoz de ninguém. Ela é uma piada à parte. Exemplo? Tenho vários, te dou um recente: ela questionando junto à Thatiana, no quarto do líder e de forma sobressaltada, como se fosse o fim do mundo, o "porque" do Rafinha ter, supostamente, votado nela no último paredão. Ela fez um escarcéu, o chamou de traíra, disse que ele não olhara nos olhos dela, que se afastara dela nos últimos dias e que ela já sabia que ele iria votar nela, que amigo que é amigo não faz esse tipo de jogada. Ela só descobriu pouco depois que o Emo não votou nela, e sim na Juliana. Pois é... isto não é o pior, o mais contraditório foi ela própria ter votado no cara no confessionário e ter usado de uma justificativa sem pé e cabeça. Imagine ela toda chorosa reclamando do Rafinha e depois dizendo que o "ama", mas deu o votinho nele. Ela é uma das "invotáveis", ou seja, ela pode votar em qualquer um, os outros não podem ir nela.

Fernando é aquele jeito mesmo, metódico, é machista como a maioria de nós o é, só que ele está num programa de televisão, e , enquanto show da vida, não pode vir à tona, pois nossas mazelas e defeitos não são para ser lembrados, são para ficar debaixo do tapete. Outra piada, né?! O brasileiro é assim e queremos fugir disso? No trabalho ou no lazer está lá nossa arrogância com o sexo feminino, nossa indiferença com as conquistas femininas. Ainda temos que crescer muito para chegarmos a nos respeitar de fato. É criacional, é cultural. Todavia, somos um país em evolução, estamos galgando para melhor nos entendermos, porém, negar que existe, ou se assustar como se fosse algo alienígena, é sermos hipócritas, sim. O pecado do Fernando foi ter se envolvido com o furacão Natália, pois isto trouxe à tona seus "defeitos" como homem, mexeu com o brio das feministas. Fernando não é má pessoa, é um produto da nossa sociedade que existe em qualquer família e tempo, mas me parece ser um cara correto apesar de seus paradigmas. Vendeu a alma para o programa, é verdade, mas nada justifica ser editado como "o corno". Piada! A culpa não é dele, nem da edição, pois quem dá material para ser veiculado é aquela que se juntou a ele para fazer casal, a "autêntica" Diva. Fernando está perdido no jogo se achando um Alemão que vai fazer "justiça" contra o "mal" Marcelo. De onde ele tirou essa idéia? Sua obsessão pode lhe custar a saída do jogo. Espero que se acalme e faça as jogadas certas. A primeira é dar um pé-na-bunda na "autêntica" miss.

Bianca, nossa maior decepção, pois apostávamos nela como sendo uma jogadora de fato. Hoje eu vejo que Bianca deve sair desse programa, o mais rápido possível. Se tem alguém dos 14 que entraram e que não precisa estar num BBB é a Bianca. Sério, ela não precisava se expor ali. Pelo pedigree da moça estar na casa é até uma afronta a ela mesma. Uma moça que tem de tudo na vida e que se vangloria de suas futilidades e "defeitos", dá até pena. Ela é exemplo de que o Big Brother é uma vitrine e não jogo pelo milhão. No fundo, família, público e jogadora sabem que ela não tem perfil de BBB. Na boa... é a pessoa errada no programa errado.

Thatiana, Marcelo, Rafinha, Marcos, Felipe, Juliana e Gyselle, o que esperar dessa turma? Qual deles tem perfil de campeão? Sinceramente? Pense. Realize. Thatiana enche o saco com seu jeito pastora. A última da moça foi "orar" para que a indicação dela - Bianca - volte do paredão. Tem exemplo mais ordinário de se fazer de uma coisa e agir de outra? Tá querendo enganar quem? Como que ela quer que a Bianca volte? Se Bianca voltar e voto certo nela, é uma oponente certa. Ainda mais que a justificativa da Thatiana foi uma imagem-espelho, alegando que a Bianca não faz nada pelo coletivo. E ela? O que essa garota faz? Piada! Ela é exagerada no seu personagem, até deu pra filosofar o que não tem vocação pra fazer, mas se acha cheia de "intelectualidades". Hoje, a Bione vai chorar muito ao ver sua "amiga" Bianca saindo da casa! Deus, daí-me paciência para não quebrar a TV.

Marcelo é um cara inteligente, observador, mas é arrogante ao extremo, se acha o centro do universo. Dificilmente um ególatra descompensado será campeão. Ele é, aparentemente, dócil por conveniência, mas, pode ir à cólera em menos de dez segundos, basta ser contrariado. É invejoso, ciumento, obsessivo. Ele perde a linha fácil, tem algum receio com sua orientação sexual, apesar de já ter aprendido como dizer o contrário e disfarçar, porém, volta e meia lá está o problema lhe perturbando a alma. Ele sempre recorre a isso como um diferencial segregador. Na sua última entrevista no confessionário foi pusilânime em muitas situações. Desdenhou de todo mundo e se colocou como mártir, o único correto. Ele está usando o seu diário como arma a seu favor. Finalmente, um jogador, faz uso dele da forma que deve ser, ou seja, uma importante ferramenta no jogo e para entreter o público. Ponto pra ele.

Rafinha... Tem um bom personagem: o verdureiro-músico-comprometido. É divertido e tem carisma. E, neste caso, carisma faz a diferença, ele está se segurando pra não deixar-se ser seduzido pela Penélope Charmosa. O que não vai rolar, salvo se der a louca no rapaz. Eu já teria sucumbido. Exagera nas suas observações, vê conspiração em quase tudo. Algumas vezes acerta, noutras fica boiando, como por exemplo, na possibilidade de Gyselle ter sido influenciada pelo doutor, no voto dela em Natália. O voto de Gyselle em Natália, além do da Juliana foi o melhor justificado no domingo. Pois a Natália alterna o comportamento de acordo com a maré sim. Rafinha precisa fechar mais a boca, pois pode morrer por ela. Falar quando se tem certeza é uma coisa, dizer por dizer, pega mal, ainda mais na frente de muitos.

Marquinhos, o mestre-cuca, é um personagem exagerado, ele só não é forçado quando está dormindo. Ele é ligado 24 horas, sabe onde as câmeras estão e o que elas captam. Em conversas com apenas um interlocutor, o moço se faz todo ouvidos e fala frases ensaiadas, de efeito, ou incentiva o outro, dá corda para a forca, mas não se compromete. A única vez que o vi irritado foi na prova do Tóten quando Thalita lhe abordou. Foi o único momento que eu achei ser ele mesmo. Lembro-me perfeitamente dele no segundo dia de programa dizendo ser o melhor amigo do Marcelo, que "adorava" o doutor, e tal. Lembro da maneira mais artificial do Dom Juan de Vitória ao abordar sua "amada" Thatiana. Gente, aquilo foi surreal. Foi piada de mau gosto ver um par forçar uma barra para ser um casal. Putz! Tá, as donas de casa gostam de vê-lo dançando, animando, dando cambalhotas, falando besteiras, gargalhando... até mesmo quando a piada não tem graça! Paciência, mas não o acho com perfil de campeão. Acho que é o que mais esconde sua personalidade. É o Atorzão!

Felipe, ah, Felipe... deve sair o quanto antes. Até com razão o cara é um chato. Ele tem futuro grandioso fora da casa. BBB não é a praia dele. Não tem malícia de jogador e ainda não vi naqueles olhos transparecerem o brilho da ambição para ganhar o prêmio. Apenas está deixando o tempo passar. Lamento por ele. Falta pegada e está muito deslumbrado.

Juliana, a bela Penélope Charmosa, começou mal, tentou um personagem que não decolou, se fazendo de santa sendo a devassa que é. Adoro devassas, o que não gosto é de mentiras, encenação. Esse foi seu erro ou conseqüência daqueles dois samambaias que colaram nela. Levou em banho-maria dois metidos a garanhão, se contradisse em muitas ocasiões se alternando entre a pudica, virginal e a dissoluta; e agora, para se posicionar no jogo, faz brincadeiras mais ousadas com Rafinha e os demais. Está independente mas tem acesso a todos. Na realidade, eu acho que foi a que mais sofreu ali dentro, pois perdeu dois aliados importantes, ganhou antipatia da casa logo de cara e do público ao indicar Gyselle. Ela é a patricinha-mor, mas como é inteligente, está, paulatinamente, se adapando ao programa e achando o seu espaço. Ainda soa falso alguma coisa, mas é o jeito fresquinho dela, ela mescla cara, bocas e sotaque, sistematiza a oratória, entona na mesma altura, o que, por vezes, parece bem "esnobe". Quer ser igual a todos, mas é evidente que ela destoa. Comparando grosseiramente seria: ela é nobreza, o resto é plebe. Teve sua grande chance de entrar no grupo fechado de amigos-para-sempre ao dar alforria à Natália e Marcos. Não leva votos de ninguém, exceto, talvez, de Gyselle.

Soma-se a esse quadro de jogadores, a formação dos paredões mais comédias dos últimos tempos. Muito chororô no ao vivo. Patético! Neguinho não quer indicar, não quer se comprometer, não quer tomar posição, se acha "invotável" e quando leva o voto fica se perguntando o porque de ter levado o voto. Caraca! Vão votar em quem? Na família de gatinhos que tem nas cercanias? Depois de sete edições, meus caros, está mais do que na hora dessa trupe, que assistiu o programa desde a adolescência, se tocar que uma das poucas "obrigações" é votar no companheiro. Ir contra isso é ser ridículo. Deveriam, então, dividir o prêmio e pronto.

Como se comportar diante de figuras acima descritas, que, deliberadamente, ou não, fazem de tudo para ofuscar o semelhante?

A Gyselle é uma jogadora astuta, de atitudes, esperta e evita colocar em jogo suas limitações. Ela joga, não está morta, não. Apesar dela ter usado de seus dotes sensuais para conquistar notoriedade na sua campanha, através do sex-appeal, beleza, ousadia, dança... o que surpreendeu foi seu jeito espectadora do grupo, seu modo introvertido, observador, lacônico, às vezes, porém, certeiro de ser. Chama atenção o seu jeito de encarar quando abordada, independente do questionamento. Você já a viu correndo da raia? Não vou pormenorizar o que acho dela, pois nem acho que seja necessário, está implícito que ela não se faz de nada, ela está na dela, não precisa se igualar a ninguém em hipocrisia como a dos exibicionistas de plantão, ou competir com eles para ver quem é mais circense. Deixa que eles mesmos se queimem com suas contradições. Se fosse em outra edição, onde a autenticidade fosse o recheio predominante, a garota, talvez, já teria rodado faz tempo, pode ter certeza. Mas, onde a dissimulação e o medo de se expor no real é a máxima, basta ser você mesmo. Deixo para os que não gostam dela, que cheguem num belo dia e vejam que ela faz o melhor jogo, pois diante do quadro de jogadores medrosos e jogadas dissimuladas, o melhor mesmo é se calar e deixar que público decida.

Como não há nada contra a sua conduta no jogo, os grandes experts apontam como desvios a sua limitação na língua portuguesa, sua preocupação em não lavar a cabeleira, ou mesmo, dizem incongruências tipo, ela era a puta no programa francês e vem ao Brasil se fazer de casta?! Qual é? Quer que eu publique os vídeos que ela se descasca para o Brasil inteiro? Ela não se faz de vítima ou de pobrinha, não se faz de recatada, ao contrário, ela mesmo se sacaneia, na boa, sem melindres, sem se esconder, se é para ir ao paredão vai sem titubear, é jogo, o que não dá para encarar é ficar na hipocrisia full time com um bando de canastrões e exagerados, que querem agradar todo mundo e acabam sendo uns chatos.

O que se espera mesmo é que com a volta do Marcelo, o pessoal pare de representar e se posicione como jogador e defenda seus interesses, sem recorrer a joguinhos de câmeras com o telespectador. Vão dissimular mal lá na Mongólia! Quero ver Rafinha e Fernando se mostrarem, saírem dos personagens e partir para a jogatina, saírem das saias das meninas, ganharem uma liderança e indicar o Urso, quero ver a coragem ao indicar, quero ouvir a justificativa. Quero ver Marcelo bufar, mas mostrar que quer ganhar o programa, quero vê-lo construir paredões e colocar seus desafetos nele, jogando, é claro, sem esperar que os outros façam o serviço. Quero ver a Gyselle lutando com unhas e dentes, dando cara à tapa, se intrometendo nas jogadas, participando das armações, mostrar que pode ser a grande jogadora dessa joça. Quero ver Juliana com seu jeito fresquinho dar balão na Natália, Thatiana, Marcão e Felipe, quero ver a patricinha mandando ver, pois, apesar do jeito filha-única, mimada e criada pela vovó, ela foi a que mais cresceu como jogadora, deu a volta por cima, e está no páreo. Do resto, sinceramente, não dá para esperar muito, pois eles são Friends Forever e serão apenas coadjuvantes. Serão os manipuláveis para se chegar aos votos necessários, apenas isso. Se não acordarem para o jogo, serão apenas simples ex-BBs.

Com tanta gente fazendo barulho e chororô desmedido e se auto-proclamando o melhor que há em virtudes e preceitos, o mais sensato é se calar e mostrar que o silêncio, nessas horas lisérgicas, vale mais que milhões de palavras desconexas, fantasiosas e cheias de mentiras e juras de amor eterno. Ponto pra quem mais ouve e analisa do que para aqueles que bradam falácias para edição ver. Ponto para quem é gente normal como você e eu e não fantoche de um script capenga.

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