domingo, 14 de fevereiro de 2010

Méritos


Pegue a pipoca e o guaraná, ou a cachaça, ou o purgante, vamos conversar longamente. Acordei prolixo.

Parei de blogar porque há uma incompatibilidade filosófica no programa, pelo menos na minha visão. Não consigo desenvolver uma linha de raciocínio percebendo que há um penetra no jogo e teclar sobre o enredo, eu iria criticar muito, seria mais chato que o costumeiro, e não tenho mais estômago pra tanto, nem vocês pra me aturarem. Mesmo porque não adianta muito ser o mais honesto possível com o leitor. Cada um vê aquilo que lhe convém, pois mesmo o Errado, escrito em letras garrafais, tem explicações, embora sejam as mais estapafúrdias, mas sempre tem um defensor do indefensável; o correto e justo é sempre defender a causa, a luta, o propósito de ver O Iluminado ser melhor que os outros, as bestas. Um alguém que nada faz e é ovacionado como se fosse o “Último dos Moicanos”. Ele estraga o jogo, atrapalha com seu fingimento descabido em mostrar o que não é, tudo pra agradar a gregos e troianos, reafirmar que mudou, que evoluiu. É o milagre do 1,5 milhão. Não é culpa dele, ele está jogando da forma que viu muita gente levar o prêmio, mas de quem comprou a saga mesmo sem começar a peleja e faz torcida a quem não merece os créditos. Mas, sabemos, que muito da pessoa se revela nos pequenos gestos, nos olhares, nas palavras proferidas em momentos de descontrole quando atingido naquilo que sua essência não pode negar. É mais forte que qualquer dissimulação. Não enxergar os deslizes e a canastrice é ser adepto de um fanatismo tolo, infantil, birrento, bairrista. Não há mérito.

De cada dez mil pessoas que me leem se uma só compartilhar daquilo que penso estarei feliz, pois saberei que não estarei só nesse mundo que perdeu a giro, perdeu o referencial, perdeu a capacidade básica de analisar o jogo e suas variantes, em admitir que quem faz o jogo são os novos jogadores. Parei de blogar, mas não de assistir ao melhor programa depois da sétima edição. O elenco é excelente, tem de tudo e para todos os gostos, há diversidade em vários sentidos, tem até samambaia revolucionária. Parei de blogar pra me deleitar com os jogadores e suas jogadas, seus erros e acertos. Do menos chato ao mais chato.
Por exemplo, a chatérrima da Anamara atendendo o Big Fone e jogando direitinho não é valorizado. É vista como a inimiga pública número 1, como se ela não tivesse o direito de atender e jogar. Todos têm o seu papel, sua importância, exceto o penetra repetente de jogo. Ele só não atrapalha lá dentro, o faz aqui fora também, por não se dar o mérito a quem se destaca, de fato e de direito. Ignorar o que está acontecendo, as histórias construídas, o despertar de jogadas é de uma maldade sem tamanho com o elenco. Elenco preterido em prol da canonização do Lostizilla. A fumaça negra que aparece esporadicamente e quem leva o programa nas costas NÃO tem o valor do mérito.

Pela primeira vez o jogo mexeu com meu emocional. A Lena ganhou a prova do Anjo e o mundo dela
desabou. Sério, me doeu. Pela primeira vez quis entrar no programa e sussurrar pra ela: não se arrependa, não vá se justificar, o que está feito está feito, assuma. Eu sofri com ela, cada lágrima. Eliminar uma Lena, um personagem único nas dez edições, é um descalabro. Podem xingá-la, rotulá-la e o escambau. Ela é a Doutora Elenita. Tem o melhor papo que já assisti no programa. Tenho vontade de interagir, de aprender, de me envolver com cada pauta abordada por ela. Mas é ignorada por causa do Penetra. Ouvi-la é para poucos, compreendê-la é para pouquíssimos. Encontraram a via mais fácil: tripudiá-la. Demérito por falta de argumentação.

Quando o jogo me parecia ter selado o destino da Lena eis que surge Cacau, a líder de fato da semana. Fez a
melhor jogada até agora do BBB10. Foi divertido assistir. O Eliéser ia mesmo votar na Angélica, ela costurou a trégua entre eles, livrou Morango, empareda Lia, dá uma chance real de retorno à Lena e ainda fica livre para brincar em seu triângulo amoroso. Além de fortalecer o Puxadinho que renasce e parece estar coeso para o embate. O Penetra já está emparedado. Caberia então à casa indicar Dicesar ou Lia. Se fosse Dicesar muito provavelmente Elenita sairia, ou correria risco. Mas quem realmente perderia? Nós. Pois o mundo Dourado não quer saber de jogo, não valoriza o mérito, não quer nem admitir as incongruências do Eleito, quer nos enfiar goela abaixo um campeão cujo script dá vergonha até em cego. Tudo em nome de um Penetra Repetente, que conhece os meandros, sabe o que agrada o público. Ele dará é muita risada de quem engoliu a sua performance mambembe. Mérito dele? Não. Da birrinha de torcidas.

Jogador? Onde? Quando? Nada fez. A idéia de jogo do sujeito é dormir, comer, falar abobrinhas, negligenciar as provas, inclusive as de resistência. Um campeão desatento, imprudente, imperito. Merecia ser defenestrado da Casa e não entronizado. Um lutador que não sabe levar nada na esportiva, que levanta pesos e faz exercícios proibidos pra quem tem a desculpinha mais esfarrapada: “tenho hérnia de disco”. É o maior fanfarrão do programa. O lance da hora é ficar por último na festa e atrair todos os holofotes querendo, talvez, ser comparado à Milena, uma Guerreira reconhecida, por mérito. Sacrilégio. Pareceu-me mais um bobo da corte. Desliguei a TV. Se tivesse algum mérito diria sem pestanejar, mesmo contra a entrada de ex-BBBs. Mas onde ver os méritos se nem seus torcedores sabem enumerá-los? Não vejo. Será que sou cegoleta por ser um fanático anti-exbbb? Até agora o Mestre da Eructação e Flatulência fez o básico num jogo covarde, cujo lema é: “quem não é visto não é lembrado”. Ganhar o Poder Supremo foi uma piada de muitíssimo mau gosto. Assustou a galera que está lá a fim de jogo. Quando a bucha de canhão ganhará o olho da rua? Bones, tá demorando, o mérito do encosto ter ficado também é seu.

continua...

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