segunda-feira, 26 de novembro de 2007

● O que é Big Brother?

Tô de olho!

Lendo o post da Susan, no qual ela questiona sobre o verdadeiro jogo Big Brother, lembrei de uma síntese de uma conhecida comentarista de BBB. Assim que li o pensamento dela, no sistema de comentários do Tevescopio, me peguei pensando que aquela visão traduziria em poucas palavras o que eu faria num livro (rs). E, mesmo assim, talvez, não me faria entender. Copiei e guardei. Hoje eu o edito e posto. Antes, algumas considerações.

O programa BBB não é nenhum bicho-de-sete-cabeças, é fácil levá-lo, isto se, nos dispusermos à imparcialidade das ações: nossas, acima de tudo, e da emissora, como empresa. O maior mistério-tempero é que envolve seres humanos, sentimentos à flor da pele e variáveis de amor, raiva, amizade, escolhas, identificação, entrega, renúncias, humores, modismos, desconfianças, projeções, comportamentos... daí, as discussões. Cada um torce para o seu e não admite gozações. Paremos pra pensar um bocadinho. É hilário, esta brincadeira séria. Até hoje brigamos. É para rir de tudo isso e cá ficamos em teorias das mais estaparfúdias sobre tudo. Confesso que estou escrevendo e rindo muito de tudo isso. Somos loucos e não sacamos. Locura saudável, lúdica, mas, loucos.

Um programa que deveria findar após três meses de duração, se prolonga durante todo o ano porque somos maus perdedores. Inventa e justifica-se os porquês de não acontecer como cada um gostaria que fosse. É culpa da produção, é culpa das edições, é culpa do povo que não sabe votar, é culpa da cachaça, é culpa do discurso de pobreza da fulaninha, é culpa dele ter recorrido à classe gay, é culpa do amor "tórrido", é culpa do Boninho, é culpa do Bial, é culpa do blogueiro tal que ludibriou os leitores, a massa inculta. Pois é, as desculpas são muitas, resultantes do sentimento do torcer por determinado jogador e não encontrar respaldo da maioria, não encontrar eco aos seus berros.

Pra quem gosta do programa e leva a coisa a sério demais, pode ser sofrimento, daí, as posturas mais ferrenhas sobre tudo e todos. Navegando por aí é fácil entender o que escrevo. Tratados e enciclopédias bebezísticas são escritos em defesa das escolhas pessoais. Eu mesmo já fiz alguns, talvez ainda os faça, vai depender de como julgar, se o que estão a fazer com o meu preferido seja uma suposta injustiça, ou não. Veja bem, injustiças aos meus olhos, ao meu entender, mas para outros não passaria apenas de conjecturas naturais no andamento do jogo. Alguns se identificariam com meus pensamentos, daí as afinidades, daí a formação dos nichos, organização dos espaços e postulação de que, o jogador escolhido, seja o centro das nossas postagens e comentários. A defesa, então, tomaria corpo. E nem sabemos como começa, quando se vê, já está no imaginário. Tipo: é aquele e pronto, o resto é resto. Hehe

A passionalidade que nos é aflorada camufla nossa visão do todo. Passamos, então, a parcialidade dos fatos, a ver apenas o que nos interessa. Porém, não devemos esquecer que outros fatores fazem desse programa, uma mina de ouro para a Rede Globo. Ela não quer saber de agradar a todos, pois é impossível. Ela quer a maioria, pois se trata de uma empresa(que visa lucros) nos vendendo entretenimento. Nós aqui, cheios de arroubos e solidariedade, e eles lá, com os olho$ brilhando quando o$ milhõe$ caem em sua$ conta$.

Fazer o meio de campo, tentar satisfazer uns e outros é papel sem-vergonha da emissora, pois tem que vender o seu produto. Mexer no tabuleiro, digamos, descaradamente, ainda não vi fazerem. O que já percebi é que eles adequam situações para que os seus objetivos comerciais sejam alcançados. Está errado? Alguma coisa sim, pois acho que deveriam ser mais explícitos nas intenções e pretensões. Mas não vão, jamais, colocar isto em jogo, pois se trata da maior emissora do país, os interesses são muitos. Colocar em prática uma fiscalização independente deixaria a emissora numa situação mais confortável perante a opinião pública, daria credibilidade a mais e calaria muitos desafetos. Mas, mesmo assim, ainda teríamos teorias de que a auditoria independente fora comprada, não daria para acreditar, o sistema estaria comprometido. Difícil abrandar todas as cabeças. Então, como agradar? "Não sei, só sei que foi assim."

Curioso também são os ex-BBs, que se calam depois de boatar que foram prejudicados, justificando para seus torcedores o porquê de suas derrocadas: culpa das edições. Meio non sense ver ex-participantes indo em outra emissora e não abrirem o bocão, se fazerem de desentendidos. Falam tanto e não dizem nada. Será que está no contrato que deveriam se calar toda uma vida? Não creio. Na realidade ninguém perde nessa joça. Eles lucram sempre e, acho ainda, que o bafafá faz parte do show. Você já notou que cada um dos dezesseis se acha com a razão, sempre? Então, não teríamos perdedores, e o mais justo seria dar 62.500 reais pra cada um, ou seja, dividir o prêmio. E olha que já existe gente suficiente para abrir um sindicato de ex-BBs. Porém... Eles se calam. E a gente detona. Ai, ai. Hilário!

A net BBB, contudo, alardeia possíveis desajustes no produto, o que é lícito nas reivindicações, visto que, muitos pagam pelo produto x e na sua visão vêem o y. É compreensível isto também, tem que ser levado em consideração, claro. O PROCON - ou similar - deve ser acionado, então, Kane? Quem se achar nesse direito, que faça bom uso dele, lógico. Mas, não vejo assim, pois depois de sete edições, assiste quem quer. Após esse tempo todo reinando no horário e na arrecadação, a emissora contabiliza pouco prejuízo na imagem. Na cabeça do empresário os fins justificam os meios. E se ninguém prova nada, não há dano, não há crime e a vida segue.

Comprando novela ou jogo, não interessa muito pra eles, não, mas, cada um é dono de seu dinheiro, de seu livre arbítrio, de sua sala de estar com sua televisão de 42 polegadas e uma cacetada de canais. Vai quem quer. Essa lengalenga de querer alertar o povo para manipulações no jogo, de que é novela, a edição é tendenciosa, não mostra a veracidade dos fatos para a massa e o escambau tem até seu fundamento de ser, mas que têm opções melhores de se fazerem valer o pensamento e a perseguida reivindicação, ah, isso tem.

Pra início de conversa falta organização ao segmento, e por aí vai. No fim, acaba sendo desculpa de mau perdedor, mesmo. Enquanto brigamos, eles lucram.

Enfim, vamos ao comentário, editado e postado mediante autorização da autora:

Creio que no BBB existem três objetivos a serem atingidos: saber jogar com a casa, com o público, e com a direção(investe-se muito dinheiro e quer ação, respaldo, retorno, o que é legítimo ao meu ver). Quem é o dono do jogo impõe as regras e as aceita quem quer, o que não inviabiliza um olhar crítico.

A essas variáveis acrescentaria uma que considero fundamental: conseguir "manter a essência" em meio a um jogo pesado, que envolve dinheiro, fama, etc e tudo que trás em seu bojo.

Quem entra ali, sem exceção, joga a sua maneira e tem clareza das regras e dos riscos que corre, mesmo dizendo o contrário. Vence a melhor "estratégia", mesmo não sendo a mais justa.

Como dizia o Bial, é jogo de gente grande em que se pode quase tudo... porém, tem que assumir os atos, atitudes, escolhas, ações e/ou omissões.” Pela autora em 01/11/07.

Ou seja, um comentário simples, despretensioso, porém, objetivo e que nos diz muita coisa, ou, quase tudo. É, ou não é por aí?

*

Assim, é fácil concluir que é legítima a vitória do Diego Alemão. Ele soube brincar e jogar com as variáveis, isto é, jogou pra quem ele julgou que lhe daria o prêmio. Levou, na manha!

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Errôneas e precipitadas comparações... O BBB, se for levado ao pé da letra do que trata o livro 1984 de George Orwell, levaria muitos a terem uma ingrata surpresa. Bem lembrado pela Susan. Recorrer a ele para defender a utópica visão de certo e errado - sobre o programa -, é dar razão à emissora que manda no Grande Irmão, também. Não é, Boninho?!

*

Tenham todos uma excelente semana!

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Ah, navegante, você sabe as regras de conduta. Não envergonhe Voltaire e faça sua parte. Eu, certamente, farei a minha: deletarei os comentários tolos ou ofensivos a quem quer que seja (comentaristas ou blogueiros). Meta pau nos que venderam a alma pro Boninho.

Contato com Citizen Kane E-mail: sociedadebbb@bol.com.br
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